"Eu não usava mesmo, arranquei e dei para meus cachorros comerem” Ele me disse, zombando após eu perguntar por que ele era tão frio e sem coração. Achei um pouquinho assustador, mas nada que me surpreendesse. Sempre soube que ele era assim. Eu não me interessava por ele e ele não se interessava por mim. Isso nos completava, não precisa e nem queria ama-lo. Parecia não precisar de ninguém ao seu lado, mas como tudo era muito recíproco, ninguém precisava te-lo também. O que me deixou curiosa foi esse meu desinteresse por ele, sempre me interesso por algo em todos os garotos. Sempre presto atenção nos olhos, nos lábios, o jeito, a voz, sempre a algo que me faça ficar interessada por todos. Ou quase todos, eu diria agora, ele era exceção. Ele era tão incrivelmente desnecessário, sem nenhum atributo,sem qualquer qualidade ou até mesmo um defeito que me encantasse, ele era como aqueles garotos que conhecemos em uma festa, nos ganham com uma cantada barata e não lembrará de nosso nome no dia seguinte. E assim, eu descobri que não me despertou nem uma pontinha de interesse por aquele ser frio, por aquela… Múmia.
Aline Franz.
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